15/10 às 16h — Fábrica do Futuro
Endereço: Rua Câncio Gomes, 609 – Floresta
Entrada franca
Esta atividade conta com Tradução e Interpretação para Língua Brasileira de Sinais — LIBRAS
Mediação: Marcella Lorenzon e Luciano Potter (moda importa)
Convidadas:
Anne - Atelier Contextura
Bianca - Birô Atelier
Lú Gastal
O futuro é feito à mão.
E a revolução é artesanal.
Duas afirmações que parecem se chocar com a ideia de futuro amplamente divulgada em nossos tempos: o futuro da tecnologia. Assim, esquecemos que tudo o que chamamos de tecnologia foi criado pelo ser humano. E todos os modos de uso também. É possível a inteligência artificial caminhando junto com a inteligência humana? O desenvolvimento imenso da indústria do ensino, da indústria alimentícia, da indústria da moda, da indústria do agronegócio, da indústria dos relacionamentos com seus apps e modismos, indústria da religião, indústria da qualidade de vida faz com que cultivemos a ideia de que o avanço da indústria e da tecnologia seria responsável pelo fim do artesanato - esses autodidatas ou aprendizes em cursos e oficinas que dominam a arte de usar as mãos para transformar matérias-primas em objetos únicos com histórias e identidade. Creators, artistas, designers. Mulheres e homens de norte a sul do país que empregam saberes manuais em cerâmicas, bordados, móveis, roupas e muitas outras peças. Protagonistas em um cenário que caminha na contramão de itens fabricados em larga escala, deslocados de uma cultura local e alheios a preocupações com a sustentabilidade. O crescimento do nicho do feito à mão é mundial, e a necessidade de nos sentirmos pertencentes a um território dá ao feito à mão força. Há um nicho de consumidores que procura por produtos com alma. Questionando menos o preço e mais a história. Novas gerações de compradores, que nasceram numa era plenamente digital e que, por essa falta de identidade e por terem mais conhecimento sobre toda a indústria, exigem produtos diferenciados e que tenham um sentido cultural forte. Um aspecto muito interessante neste renascimento do artesanal é como as técnicas e habilidades manuais podem juntar-se com a tecnologia digital na criação de novos produtos. A integração do design no artesanato é uma necessidade mas constitui também uma oportunidade – de potencializar o saber-fazer dos novos artesãos que incorporam matérias-primas locais e sustentáveis, numa combinação perfeita entre o tradicional e o contemporâneo.
E assim, pautados por esse futuro, discutiremos a moda e a gastronomia em uma tarde de outubro.
Foto: Daniel Sasso / Divulgação
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